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terça-feira, 31 de agosto de 2010

Eu quero fazer que um poema que sangre

Eu quero fazer que um poema que sangre e suje o papel
E que lágrima caídas de meus olhos o molhem
E que seja de dor, deus do céu!,
Que antes de o lerem, chorem.

Com ele desejo empatia, não pena
Que de todos pena é no homem o sentimento mais feio
Quero que sintam e gritem sem receio
Uma dor tão imensa que se não mata, aliena.

Quero deixar-me neste poema torturante
Escrever a mim mesmo, jogar-me a esmo
E deixar que me sintam um instante
E me sejam e que eu não seja eu mesmo.

Porém minha vontade é estúpida, é tolice,
Uma dor, por mais que doa, só é de quem tem
E se desejei que outrem a sentisse
Sabia que não a sentiria ninguém.

Um comentário:

Douglas Adrian disse...

Belo poema. Ter empatia e nao pena. É tudo.