Páginas

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Uma Mulher Chora

.
.


Uma mulher chora na recepção
de um consultório odontológico,
recepciona a todos com seu rosto inchado,
seus olhos vermelhos e os lábios trêmulos.

E a mulher, em pleno pranto, trabalha,
atende telefone, fala com clientes...
É somente uma recepcionista.

Quem dera a mulher estar nos olhos dos outros
que veem e ignoram sua dor
e a têm como sorridente...

Basta a cada um a dor própria!
Mas não tanto à mulher,
que comigo compartilha um choro,
que com sua dor consola a minha dor...

A minha dor que não é de dente.


(Lalo Oliveira)

.

5 comentários:

Ingrid B. Montenegro disse...

é a vida, que segue
e aquela coisa de 'a nossa dor não saí no jornal'. É a vida.

é, Lalo
sorte nossa ainda não ter 'perdido' o senhor pro mundo das letras. Muito bom :)
;*

Gabriel disse...

Cada dor e seu pesar
Cada dor e seu temor
Cada pesar com sua dor
e cada temor com seu pesar.

É tão bom ver caros colegas poetas nos dias de hoje que sinto-me sempre satisfeito quando vejo blogs como este (que são como o meu). E ainda mais quando são assíduos.

Espero que continues escrevendo assim meu caro. Apartir de agora serei um seguidor do blog =]

E caso interessar possa, gostaria de saber se aceita uma parceria de blogs, de um caro colega de devaneios poéticos.

Grande abraço

Ana Karenina disse...

Lindo.
Como de praxe.

Beijos, beijos.

~*Rebeca*~ disse...

Adorei!

Everaldo Ygor disse...

Olá! Poeta...
Ao cantar a "mulher" no tom da observação, ao sentir o seu pranto, ao compartilhar a sua Dor... Isso é poesia - verve.
Saudações Poéticas
Everaldo Ygor