.
.
Minha mão sob tua mão
E a tua mão sobre a minha
Numa noite tímida e clássica
De um cinema a passar
Um filme desinteressante.
Tua boca em minha boca
E nossas línguas tímidas e clássicas
Num ato desinteressantemente dançante.
Nós em nossas próprias companhias:
O corpo, o cheiro, a voz...
Tudo! exceto algo no peito,
Que nunca estivemos em nós.
E assim o vento leva fácil
Um guardanapo solto sobre a mesa.
Vão-se as pessoas como barcos
Desancorados na correnteza.
Valor se dá quando se perde
- Se eu pudesse, evitaria! – ,
Penso, numa noite tímida e clássica,
Quando minhas mãos estão sós
Sobre o logo de uma cervejaria.
(Lalo Oliveira)
.
5 comentários:
Perfeito, como poucas coisas que li na vida.
Gostei muitíssimo, Lalo.
=D
Ahhhh, agora sim, esse tá lindão!^^
:****
Adorei o modo como descreve sentimentos, de fácil compreensão , sem palavras difíceis.
Ele está só e relembra os momentos que passou ao lado da amada e o valor que não deu a esses momentos!
Beijinhos!
http://sagadosmartins2.blogspot.com/
É fato... só reconhecemos quando perdemos... essa máxima atua sobre todos.
Abçs meu poeta,
Novo Dogma:
convenHamos...
dogMas...
dos atos, fatos e mitos...
http://do-gmas.blogspot.com/
é legal ver o quanto sua poesia é orgânica, e o quanto a sua viagem passa pelo humano fisiológico.
De problemas no banheiro, dores de dente, cheiro e voz, e excrementos.
até a próxima.
Postar um comentário