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sábado, 5 de janeiro de 2008

O Homem da Orla

O homem chorava na orla.
Não se sabe a razão.
Maltrapido, sujo,
E com o ar triste do não-ter.


Sentado, suas lacrimais
Em perfeita ação,
Era ignorado ou pior
Por quem passava
Com suas roupas caras,
Seus calçados caros,
Óculos caríssimos
E outras coisas desnecessariamente
Caras.


Talvez quisesse comida
E chorasse de fome.
Ou decente vida
E menos indiferença.


Um afago,
Uma palavra,
Um olá,
Um olhar
Menos enojado,
Fosse mais que dinheiro.


Os mendigos ficam felizes
Quando se fala com eles.


Não estava bêbado,
Estava lúcido,
Não estava além.


Não sei muito o que tinha...
Somente que estava triste,
Que tristeza eu conheço bem.


(Lalo Oliveira)

7 comentários:

Anônimo disse...

uau q poema legal

Gregory Vancher disse...

Muito boa a forma como foi tratada a indifirença as pessoas e o descaso social nesse poema.

Denise Machado disse...

"Apenas que estava triste,
Que tristeza eu conheço bem."
E tristeza só sentimos quando nos importamos.
Gostei da importância que deu!
Belo poema...

Arthurius Maximus disse...

Comovente e uma visão dura do cotidiano. Belo texto.

Only feelings disse...

Owwww, baby fica assim não que eu fico triste tbm...
Os hippies tbm ficam felizem mesmo quando não compramos seus penduricalhos e damos um abraço...
:)

R Lima disse...

Tristeza hoje em dia é só mais um estágio vivo pra mim e me faz pensar muito.

É daí que a visão se completa.

Abçs e boas novas a este Ano,


Texto de hoje: bloG CabeÇa...

Visite e Comente... http://oavessodavida.blogspot.com/

O AveSSo dA ViDa - um blog onde os relatos são fictícios e, por vezes, bem reais...

blog disse...

Gostei mais do outro, mas nesse vc ainda mantém a força descritiva.
Coisa rara.
Ninguém mais faz poemas assim, camarada.

Seria um neo o q?
Neo-realismo?

enfim, rótulos são desnecessários. Mande ver.