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sábado, 20 de agosto de 2011

Maré


O teu olhar me fita como se eu fosse mar
E tu, tão delicada, pareces temer as minhas ondas,
Embora a vontade de mergulhar
Te seja cruel, te seja hedionda.

Olhando-me pensas que sou profundo e bravo
E teu corpo pequeno crês que afundará
Entre o tubarão do meu peito, escravo
Que é manso, sem dentes e que não há.

O tempo passa, decide se vais entrar
Que as minhas águas querem te molhar,
Banhar teu corpo sacro de mulher.

Mas ficas parada, sem saber se quer,
Temendo em vão este pequeno mar
Quando nem sabes o que és: maré.

Um comentário:

Only feelings disse...

Meninas são medrosas, mulheres não.