A serpente quando vem morde a gente
Sem querer fazer mal,
A gente quando ama morde outrem
por vezes, igual.
Com nossas presas valentes
De palavras, atitudes e atos
Ferimos e seguimos em frente
Tal serpente que segue aos matos.
E machuca, e sangra e incha
E no outro se faz a dor,
Depois forma-se a cicatriz,
Mais uma, de amor.
Cada qual com suas marcas,
Compartilhando como consolo:
As que fiz, me mostras, e consolas
As que tenho, te mostro, e consolo.
Amar é caminhar na selva
Estando entre e sendo bicho selvagem,
Depois da vacina de beijos o engano
Do não-mais-perigo, miragem.
Um comentário:
Como sempre, fantástico.
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