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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

A árvore morta sob a chuva

Vejo a árvore morta na qual a chuva despenca-se sobre. Pergunto-me por que a deixaram no centro do pátio pedregoso, no vácuo dos que passam e por insensibilidade ou costume ignoram-na. Em outros tempos deu frutos que as crianças pegavam com as próprias mãos quando um adulto as sustentava para tal fim. E sorriam. Tinha folhas, tinha flores , tinha frutos, tinha ninhos, casulos... hoje não tem. Hoje é somente uma árvore seca, de pequeno porte e feia. Com galhos incompletos e vermes em seu interior, como um cadáver eternamente se afogando.
Vejo a árvore e penso no fim de todas as coisas, vejo-a e tenho pena... e um pouco de esperança de que, um dia, uma folha discreta nasça escondida e me arranque um riso como os frutos arrancavam os risos das crianças.

Mas sei que a esperança é uma tolice para as estatísticas dos fatos.

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