Não temo os mendigos maltrapidos
E rasgados com suas barbas proféticas
E seus cabelos cheios de bichos
E suas peles e seus dentes e suas unhas podres, podres.
Tampouco temo a cachaça vagabunda
E o cigarro que carregam entre os dedos.
O que não quer dizer
Que eu goste deles.
Temo mesmo estes senhores de terno
De boa aparência e saudáveis
Tão limpos, portando matérias reluzentes
E tragando uísques numa mesa de mármore.
Temo a pasta que levam
Temo a pasta em que se escondem
E que por vezes surgem repentinos
Emsúbito
Monstruosamente.
3 comentários:
Tememos o poder daquilo que não conhecemos.
Todos.
Eu não temo não. Eles que devem me temer! ô.ô
E eu por aqui, tomo essa cachaça vagabunda e vou apreciando sua poesia...
Abraços
Postar um comentário